O desenvolvimento de um projeto de engenharia é uma das etapas mais importantes em uma edificação, isso ocorre pois, ao ser bem executado, evita possíveis falhas que só serão identificadas já no canteiro de obras causando custos adicionais, retrabalho e consequentemente atrasos na entrega.
Embora o projeto seja uma das principais etapas de uma construção, alguns fatores podem dificultar a sua aprovação. Ao ter conhecimento sobre as causas, os profissionais de arquitetura e engenharia conseguem antecipar os problemas e agilizar os trâmites que envolvem todo o processo. É sobre isso que vamos falar neste artigo.
Estados têm autonomia para criar as próprias normas
Um dos primeiros desafios para profissionais da área de construção civil é em relação a legislação que rege a elaboração de todos os projetos e obras de engenharia, uma vez as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) não são as únicas que determinam as regras. Cada estado têm autonomia para criar suas próprias normas e algumas podem, inclusive, ter divergências em relação a ABNT.
Diante dessa realidade, os profissionais da área precisam conhecer uma série de legislações diferentes, dependendo da região em que está projetando uma obra. Estudar as normas vigentes da região onde será executado o projeto é uma das formas de antecipar possíveis contratempos que podem impedir a aprovação do mesmo.
Interpretações distintas das normas podem gerar atrasos
Os técnicos que outorgam as aprovações de projetos podem interpretar de forma distinta a mesma norma e, apesar de parecer estranho, isso é bastante comum.
Para evitar este tipo de intercorrência, o ideal é apresentar um projeto com bastante clareza para que o analista não precise certificar-se se a norma está sendo atendida e, com isso, não gerar dubiedade na interpretação que pode, de fato, prorrogar ainda mais a aprovação.
Investir tempo de estudo das legislações
Muitos profissionais responsáveis pela concepção dos projetos de edificações pecam por não dedicarem tempo suficiente estudando as normas e legislações que regem a construção civil da localidade em que será executada a obra.
Com isso, os projetos são elaborados com erros de concepção exigidos pelas normas e procedimentos, resultando em pedidos de ajustes e até a não aprovação da edificação. Por isso, é fundamental que os profissionais se aprimorem na técnica e estudem com frequência as normativas e conceitos da construção.
Falta de conhecimento técnico de analistas prejudica processo de aprovação
Outro fator que pode dificultar a aprovação de projetos de engenharia é falta de conhecimento técnico dos profissionais dos órgãos que analisam e aprovam os processos. No Brasil, é muito comum que as análises dos projetos sejam feitas por pessoas que não possuem formação em engenharia ou arquitetura, limitando as técnicas para procedimentos básicos até os mais complexos.
Além de provocar lentidão no processo de legalização, esse problema ainda pode gerar discussões e entraves nas interpretações da norma, como já citamos por aqui, postergando ainda mais a aprovação do projeto.
O ideal nestes casos seria a contratação de analistas que tenham formação completa em engenharia e devidamente habilitados no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia).
Excesso de burocracia atrasa aprovações
O fato de os estados e cidades terem autonomia para criarem seus próprios procedimentos de aprovação de projetos também propicia que estipulem suas próprias burocracias que, como bem conhecemos, acabam por dificultar a comunicação e a eficiência do processo.
Se o mercado da construção civil fosse regido apenas pelas normas da ABNT, certamente muitas etapas seriam suprimidas nestes processos, o que aceleraria todos os trâmites.
Falta de profissionais habilitados reflete nos processos de aprovação de projetos
A carência de engenheiros formados no Brasil exercendo a função de analistas de projetos é grande e isso resulta em duas situações. A primeira, que já citamos por aqui, é sobre os processos serem verificados por analistas que não têm formação, resultando em dúvidas e dubiedade nas interpretações.
Já a segunda está totalmente atrelada ao mercado. Com poucos profissionais formados para atuação na área, o acúmulo de serviço para os que exercem a função é inevitável, resultando assim na morosidade da aprovação.
Burocracia, falta de profissionais e leis distintas favorecem a corrupção
Diante de um cenário tão desafiador como relatamos neste artigo, é criado um espaço bastante favorável para a corrupção no sistema. Isso inclui facilitações financeiras que podem ser usadas como argumentos para agilizar as aprovações.
Mesmo que essas práticas sejam criminalizadas e menos aceitas pela sociedade, ainda assim, cabe aos profissionais a denúncia de práticas ilegais.
Portanto, ficou claro que nem todos os fatores estão diretamente relacionados ao projeto em si, mas se elaborado com pouca atenção ou dedicação, as chances de aprovação postergada aumentam consideravelmente.
Além disso, um projeto bem executado também é determinante para o bom andamento da obra e para a segurança de todos os envolvidos.
Confira a seguir as dicas para otimizar a aprovação dos projetos
– Conheça a legislação: Neste artigo ficou claro que é imprescindível que o profissional tenha conhecimento da legislação vigente no local onde será executada a edificação. É importante investir um tempo estudando as normas para não correr o risco de dúvidas no projeto. Não deixe de acompanhar os sites dos órgãos que atualizam as normas, uma vez que não há aviso público das alterações normativas. É de responsabilidade do profissional essa atualização.
– Legislações distintas: Pode acontecer de um mesmo órgão possuir normas distintas conforme o município. Por isso é importante verificar as normas exigidas no município onde a edificação será realizada. Estudar caso a caso é a maneira mais eficaz.
– Crie rotinas de acompanhamento: Os profissionais geralmente têm diversos processos em trâmite de aprovação, portanto, é importante manter o registro de acompanhamento para não perder informações e prazos. É primordial registrar as datas de ingresso e de retorno dos processos. Guardar os registros de pedidos de alterações feitos pelo órgão.
– Demonstre conhecimento técnico: Se precisar defender o projeto, mostre que tem conhecimento técnico para isso. Defenda o que tiver certeza de que está correto, com educação, é claro!
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