Mais um ano pandêmico se encerra em meio a um cenário de recessão para a grande maioria dos setores econômicos no Brasil e no mundo. Para o mercado da construção civil, porém, o cenário foi diferente: em relatório referente ao Produto Interno Bruto (PIB), aponta-se um crescimento de 2,7% no segundo trimestre de 2021. O que esperar do setor em 2022? Quais as principais projeções e tendências? É o que buscaremos esclarecer durante o artigo!
As incertezas quanto ao andamento das obras em 2020 e 2021, picos da pandemia, fizeram com que inúmeros novos investimentos deixassem de acontecer. Já em 2022, a estimativa é de que haja uma grande retomada de construções, reformas e mudanças, o que promete aquecer o setor economicamente.
Se as expectativas são boas para o mercado imobiliário residencial, o mesmo não pode-se dizer para o setor de indústria e comércio. Responsável por manter a estabilidade da construção civil em 2021, o setor de imóveis fechou o segundo trimestre de 2021 com incríveis 72,1% em relação ao mesmo período de 2020. Já no setor de serviços, a tendência é de manutenção de baixa em 2022. Mas o que está por trás do índice negativo?
A inflação no mercado da construção civil e suas consequências
Antes de dar início às projeções para 2022, é importante que se entenda o cenário que dá fim a mais um ciclo. O ano de 2021 marcou história em termos de inflação para a construção civil. Com uma taxa acumulada de incríveis 18,65%, registrou-se a maior alta do setor em 9 anos, segundo dados do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi). As disparadas resultaram em um custo nacional de construção por metro quadrado avaliado em R$ 1.514,52 no mês de dezembro, com R$ 910,06 estipulados para materiais e R$ 604,46 para mão de obra.
Em alta durante toda a pandemia, os insumos apresentaram uma variação de 0,76% em dezembro de 2021, uma queda de 0,90 ponto percentual em relação à novembro do mesmo ano. Apesar de ainda apresentarem altos índices, a comparativa com o mesmo período em 2020 é uma boa notícia: foi observada uma queda de 2,63 pontos percentuais. O acumulado, porém, é preocupante: uma variação de 28,12% em materiais de construção, 10,84 pontos percentuais a mais em comparação ao mesmo período em 2020.
A mão de obra, por outro lado, apresentou uma taxa de 0,15% em dezembro de 2021, em comparativa com os 0,18% registrados em novembro do mesmo ano. O total acumulado no ano foi de 2,33%.
As principais projeções econômicas para 2022
Com cenário de alta ao fim de 2021, a inflação promete continuar travando uma grande retomada de investimento no setor da construção civil como um todo. Em projeção divulgada pela parceria Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP), estima-se que o segmento crescerá apenas 2% em 2022, índice considerado uma “perda de fôlego”. Para se ter uma ideia, o acumulado do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 8% em 2021.
O setor de imóveis promete continuar sendo o grande carro chefe do mercado da construção civil em 2022. Foram observados recordes de lançamento em 2020 e 2021, o que significa que aguarda-se o início de uma série de obras residenciais em alguns meses, o que se traduz em compras de insumos e equipamentos, contratação de serviços de segurança e mão de obra, movimentando assim o segmento. Estima-se uma abertura de 110 mil vagas de emprego no setor em 2022!
Já no setor de infraestrutura, apesar da moderação, a boa notícia é a expectativa de novas concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, além de obras de saneamento. Avalia-se que o pacote de leilões negociados nos últimos dois anos gere mais de 160 bilhões de reais em investimento para os próximos 4 anos, começando já em 2022. Em seu mais recente O Livro Azul da Infraestrutura, a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) declara que “é inequívoco que haverá um crescimento relevante do investimento privado em infraestrutura”.
A segurança na construção civil em 2022
Se a pandemia impactou de maneira avassaladora a economia no mercado da construção civil, a segurança também não fica de fora. Uma grande tendência ao aumento de cuidados especiais tem tomado conta do imaginário da população em geral, não se restringindo apenas aos atuantes na área. Sem vínculo com a pandemia, mas tão determinante quanto, 2022 conta com o início de implementação do PGR na construção civil.
O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) chegou para substituir o PCMAT em 3 de janeiro de 2022 após a publicação da nova Norma Regulamentadora nº 18 (NR-18), e representa uma grande revolução em termos de segurança, saúde e legislação. Esse programa deve estar presente em todo canteiro de obras, devendo ser obrigatoriamente implementado. A lista de exigências para o PGR conta com:
- Projeto da área de vivência do canteiro de obras e de eventual frente de trabalho (alojamento, escritório de obra, vestiário etc);
- Relação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e suas respectivas especificações técnicas, de acordo com os riscos ocupacionais existentes;
- Projeto elétrico das instalações temporárias;
- Projetos dos sistemas de proteção coletiva;
- Projetos dos Sistemas de Proteção Individual Contra Quedas (SPIQ), quando aplicável.
Entretanto, a principal novidade em termos de segurança no canteiro de obras em 2022 decorre do fato de que, ao contrário do modelo anterior, a obrigação da formulação do PGR será do proprietário da obra ou da construtora, e não de seus fornecedores contratados. Os fornecedores, por outro lado, deverão apresentar ao contratante o inventário de riscos contidos em suas atividades a fim de que sejam considerados no PGR. Essa é, sem dúvidas, uma grande mudança em termos de contratação de serviços de segurança no setor.
Outras mudanças na Norma Regulamentadora nº 18 (NR-18)
Considerado outro grande ponto de virada na segurança no canteiro de obras e no mercado da construção civil, as alterações na NR-18 vem sendo tema de debates durante os últimos anos, não apenas pela implementação do PGR. Em vigência desde 3 de janeiro de 2022, o novo texto rege questões importantes de saúde e segurança no trabalho. Confira algumas das principais mudanças na norma:
- Fica proibido o uso de tubulões de ar comprimido. O prazo para as construtoras deixarem de utilizar esse método de perfuração é de 24 meses a partir da vigência da norma.
- O uso de gruas de pequeno porte passa a ser normatizado e um plano de carga deverá ser elaborado na utilização dos diferentes tipos de equipamentos de guindar.
- Fica proibido o uso de contêineres marítimos que tenham sido utilizados originalmente para o transporte de cargas no projeto da área de vivência.
- Estabelece a obrigatoriedade de uma instalação sanitária, com bacia sanitária e lavatório. Ou ainda banheiro químico, com respiro e ventilação e material para lavagem e enxugo de mãos para cada grupo de 20 trabalhadores.
- As construtoras deverão elaborar e implementar um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) para cada canteiro de obras. Ele substitui ao Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil (PCMAT) e ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
- O PGR deverá ser elaborado por um profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho, em obras com mais de 7 metros de altura e com mais de dez trabalhadores. Para edificações menores, o documento poderá ser elaborado por profissional qualificado em segurança e saúde no trabalho.
- Os PCMATs em andamento continuarão válidos até a conclusão das respectivas obras.
- O profissional qualificado em segurança do trabalho poderá elaborar o PGR em obras com no máximo 10 trabalhadores e até 7 metros de altura. Para obras com configuração diferente, continua sendo exclusividade de profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho.
- O PGR é obrigatório para qualquer tipo de obra, com qualquer número de trabalhadores.
- Foi criado um anexo específico para capacitação profissional podendo ser aplicado por EAD e haver aproveitamento de assuntos (NR 01).
- Os treinamentos podem ser básico, inicial, periódico e eventual e deverão ter avaliação para auferir conhecimento.
Para 2022, os impactos da publicação da nova NR-18 apontam para uma maior autonomia para a gestão de segurança e saúde no trabalho no setor da construção civil. Isso ocorre porque a versão anterior apresentava orientações acerca das medidas de segurança a serem tomadas, além de apresentar o direcionamento acerca de como tais medidas deveriam ser implantadas, enquanto que a nova versão apenas traz as medidas exigidas, deixando a execução a cargo do responsável.
Isto é, o responsável pela obra agora pode executar as determinações da lei da maneira que lhe for mais conveniente, desde que as exigências sejam acatadas. Isso também significa, é claro, maior responsabilidade para o contratante.
Afinal, a expectativa para mercado da construção civil em 2022 é boa ou ruim?
Com tantas mudanças e projeções, pode-se dizer que o cenário é moderadamente otimista quanto ao caráter financeiro do mercado. As projeções apontam para um ano repleto de novas oportunidades que haviam sido adiadas pela pandemia, mas também sugere cautela. Em relação à 2021, pode-se dizer que é um excelente momento para quem buscar se firmar na área.
Quanto à segurança, a nossa área de atuação e maior especialidade, já podemos dizer que 2022 mal começou e já trouxe mudanças mais do que significativas. Agora, mais do que nunca, é preciso escolher a dedo os equipamentos e serviços contratados para a sua obra. Além de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores da obra, é mais do que essencial proteger a sua construção de sanções e multas.
A Metroform atua no mercado de segurança coletiva há quase duas décadas, tendo se tornado uma das maiores referências do setor. Conte com os nossos serviços para garantir segurança total e uma maior produtividade em todas as etapas da sua obra. Com soluções práticas e de fácil montagem e manuseio, nós estivemos presentes nas obras mais marcantes do país como o Aeroporto de Guarulhos, Arena do Grêmio, Parque da Cidade, Cidade Olímpica e mais.
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