A pandemia da Covid-19 demandou uma aceleração na inovação tecnológica em vários segmentos, inclusive na construção civil. Nesse sentido, a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) retomou o projeto Construção 2030 que tem como objetivo incentivar a cultura de inovação nas empresas do setor.
Por conta das restrições impostas para conter a disseminação do vírus, o uso das tecnologias móveis e soluções de automação nos canteiros de obras foram fundamentais para as empresas da área.
Além disso, a construção industrializada ganhou destaque com as obras dos hospitais de campanha que foram realizadas em tempo recorde, somado a isso, a alta elevada dos preços dos materiais de construção reforçou a necessidade de insumos e processos construtivos alternativos.
O que é o projeto Construção 2030?
Embora a crise sanitária tenha provocado transformações na construção civil, a pauta já era prevista e vinha sendo debatida pela CBIC. O projeto Construção 2030 é uma criação da entidade em parceria com o SENAI, que nasceu em 2018 com o propósito de olhar para o futuro no mundo e os cenários do Brasil neste futuro para os ramos de habitação e infraestrutura.
Desta forma, o empresário que busca inovação, pode contar com o Construção 2030 como um roteiro para se pautar. O projeto oferece ferramentas que dão suporte e apoiam o processo de modernização com:
- Avaliação do modelo e oportunidades de negócio;
- Materiais;
- Equipamentos e tecnologias;
- Automação;
- Perfil;
- Capacitação e formalização da força de trabalho;
- Relação com o poder público nas suas diversas instâncias.
Como ele surgiu?
A execução do Construção 2030 foi baseada na realização de cinco oficinas que resultaram no levantamento de 47 sinais de mudanças e 36 grandes tendências no setor da construção civil apresentados em um estudo. No ano seguinte da sua criação, a CBIC lançou uma plataforma digital para apresentar os temas levantados no estudo e que passam por atualizações periódicas.
Nesta plataforma é possível ter informações atualizadas sobre a maturidade da inovação no setor, ter acesso às tendências e demandas, bem como conhecer soluções inovadoras disponíveis para aplicação e uso imediato para atender o mercado, assim como as que ainda estão em fase de pesquisa e desenvolvimento.
O que você encontra na plataforma Construção 2030?
No campo de habitações, a plataforma já traz visões de futuro. Vamos falar um pouco delas a seguir:
Canteiro Zero Resíduos: A combinação de novos materiais, construção modular e automatização da construção, por meio do uso intensivo de robótica e impressão 3D, contribuirão para uma construção que não produzirá resíduo no canteiro de obras.
Isso vai de encontro com os desafios que a pandemia da Covid-19 impôs como a falta de insumos e a mão de obra qualificada. Nesse sentido, as empresas do setor viram a necessidade de economizar recursos e encontraram saída nas construções modulares. Esse conceito reduz custos, o trabalho é concluído mais rápido e mantém a qualidade, sem desperdiçar material.
Falamos mais desse conceito de construção no artigo: Construção modular: como funciona esse conceito.
Zero manutenção: A utilização de materiais biomiméticos, adaptativos e regenerativos permitirá a construção de obras que dispensarão métodos de adaptação.
Como é o caso do bioconcreto que vem revolucionando o mercado da construção civil. O material é tão resistente quanto o concreto e tem a capacidade de se regenerar sozinho, colocando fim a um dos grandes problemas de uma edificação: as rachaduras.
O bioconcreto é uma solução para ação do tempo nas construções e tem capacidade de regenerar as próprias rachaduras. Embora o bioconcreto seja mais caro que o concreto comum, seu custo/benefício é muito maior quando avaliado em longo prazo, já que aumenta o tempo de vida das edificações. Além disso, contribui para a economia, já que reduz gastos com mão de obra e manutenção.
Veja mais sobre o assunto no artigo: Chega de rachaduras: conheça as vantagens do bioconcreto.
Os desafios do futuro
O principal objetivo do projeto Construção 2030 é repensar os insumos, maquinário e os processos que são utilizados atualmente nas construções e pensar como é possível melhorar.
Outro ponto importante é relacionado à mão de obra. O investimento em capacitação dos profissionais é fundamental. Segundo a CBIC, hoje mais de 11 milhões de pessoas trabalham no setor, mas é preciso receber qualificação para enfrentar os desafios do futuro.
Pensar no futuro também é garantir que estamos olhando para os desafios dos dias de hoje, o que está impactando para que aconteçam e o quanto as construtoras estão dispostas a resolver esses problemas. É importante destacar a necessidade de se criar uma mentalidade digital entre os profissionais. Apesar do setor de construção ser menos adepto às tecnologias, cada vez mais está se tornando obrigatório focar nessa transformação.
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