Redes de Segurança podem ser uma opção interessante de proteção coletiva para evitar a queda de objetos e trabalhadores em sua obra.
As principais características que incentivam o uso de sistemas de rede de segurança na construção são sua flexibilidade que permite maior mobilidade para os trabalhadores além de viabilizar proteção em vãos de dimensões variadas, principalmente em pé-direito duplo e na proteção das sacadas durante a espera de instalação dos guarda-corpo.
Porém, é preciso ter em mente que o mais importante deve ser sempre garantir a segurança na sua obra. E, para tanto, é necessário observar algumas características imprescindíveis na hora de escolher seu sistema de redes de segurança para construção.
Conforme NR18 e norma EN 1263-1, redes de segurança para construção civil devem possuir uma etiqueta permanente que apresente os seguintes itens:
- Nome ou logotipo do fabricante
- A capacidade mínima de absorção de energia da malha de 2,3 kJ
- Selo do órgão certificador independente
- Designação correta, conforme a norma EN 1263-1
- Número de identificação
- Data de fabricação e validade
Veja como identificar uma rede que atende estes requisitos:
Atenção as informações presentes na etiqueta de uma rede normatizada
Deve-se sempre buscar por informações sobre o mês e ano de fabricação da rede, pois as entidades de certificação indicam que as redes de segurança tem validade de apenas um ano à partir de sua data de fabricação.
Após esse período, é preciso garantir a integridade dos sistemas por meio de novos ensaios de acordo com as normas EN 1263-1, 1263-2 e ISO 2307. Para fazer ensaios da rede, você pode retirar uma das três amostras que sempre acompanham uma rede certificada (conforme a imagem abaixo) e enviá-las para análise no próprio fabricante da rede.
Cada rede pode ser considerada como uma peça com 1 etiqueta e 3 amostras.
Não se deixe enganar por redes apropriadas para uso doméstico (proteção infantil) ou recreativo (quadras poliesportivas), pois apesar de seu preço atrativo elas não atenderão às exigências das normas EN 1263-1, 1263-2 tais como etiqueta, corda perimetral costurada, peças para ensaio de revalidação e por fim fio com 2,5 milímetros de diâmetro, o que não será suficiente para absorver e energia mínima 2,3 kJ exigido em redes para construção.
Além destas informações primordiais, deve-se exigir também o manual de instruções em português, que contemple, no mínimo, informações sobre instalação, utilização e desmontagem, datas recomendadas para o ensaio das malhas, condições ideais para sua retirada de serviço, formas de armazenar e inspecionar corretamente o equipamento, advertência sobre possíveis riscos de danificação e, principalmente, uma declaração de conformidade emitida pelo fabricante.
É importante compreender que para cada projeto existe uma solução de proteção coletiva que dependerá de um estudo preliminar que levará em consideração o método construtivo e cronograma de obra. Este estudo poderá diminuir sensivelmente os custos e melhorar a segurança e produtividade em cada etapa de trabalho na obra portanto o ideal é sempre poder contar com uma consultoria de projetos de proteção coletiva feitas por empresa especializada.
Conheça os Modelos de Redes de Segurança:
Sistema “S”
O Sistema de redes de segurança tipo S utiliza redes na horizontal, com corda perimetral, para limitar queda de trabalhadores, e também pode ser usada com telas de mosquiteiro para proteção contra queda de materiais.
Como principal característica, o Sistema S é versátil, podendo ser fixado de diferentes maneiras. Assim sendo, o sistema que pode ser instalado em construções como estruturas metálicas, de madeira, pré-fabricados de concreto, pontes e viadutos.
Para a instalação deste sistema, são necessárias cordas de amarração, ancoragem, cabos de aço e seus acessórios de tensionamento (esticadores e mosquetões).
Sistema “T”
O Sistema em T utiliza as redes de segurança na horizontal, fixadas em um suporte para proteção periférica tipo bandeja. O suporte é instalado diretamente na borda da edificação, o que significa que não há possibilidade de torção ou deslizamento do conjunto e o sistema de amarração permite que haja um único ponto de fixação para sua montagem.
As redes de segurança em Sistema T, ao receber impacto, formam uma bolsa envolvendo a massa que caiu e amortecer sua queda. O sistema é recomendado para auxiliar na montagem de estruturas como andaimes e formas.
Sistema “U”
A norma UNE-EN 1263-1 descreve o Sistema U como uma rede de segurança fixada à uma estrutura de suporte na vertical, projetado para impedir quedas na área de trânsito ou trabalho onde é instalada, fechando completamente o perímetro da construção.
O Sistema U de redes de segurança deve fechar todo o vão a ser protegido, permitindo montagens ou composições de redes. As redes devem possuir energia mínima de absorção de 2,3 kJ. A corda perimetral deve estar costurada em todas as cordas externas da malha da rede, enquanto a corda de união uni as redes entre si, com nós a cada 50 cm e resistência mínima de ruptura à tração de 7,5 kN.
Para auxiliar na ancoragem da rede ao elemento de fixação, deve-se utilizadas cordas com resistência mínima de ruptura à tração de 20 kN. Já os elementos de fixação devem ser estruturais e de preferência metálicos, com ancoragem a cada 50 cm.
Sistema “V”
O Sistema V é uma solução de segurança composta por redes com corda perimetral fixada em um suporte metálico do tipo forca. Este sistema tem como objetivo eliminar o risco de queda de trabalhadores e objetos, especialmente na borda da edificação.
O Sistema de redes de segurança tipo V absorve o impacto de queda de pessoas e objetos, permitindo mais segurança na execução de estruturas de concreto, ao fechar completamente o perímetro da estrutura.
As redes de segurança devem possuir energia mínima de absorção de 2,3 kJ. Já para o suporte metálico tipo forca, a seção mínima deve ser de 60X60X3 mm e suas dimensões mínimas não podem ser menores que 8,0m (montante) X 2,5m (braço), espaçados no máximo a 5,00 m entre eles.
Lembre-se, todas as redes, assim como as cordas, DEVEM atender às normas ISO 2307 e EM 1263-1, além de ser necessário serem certificados pelo seu fabricante.