Bem difundido na construção civil, o concreto é um dos materiais mais utilizados em obras, embora apresente manifestações patológicas que são verdadeiros desafios para profissionais da área, sendo uma das mais comuns a fissuração no concreto.
O concreto ganhou destaque no mercado da construção por ter muito benefícios, principalmente se combinado ao aço, formando o concreto armado – capaz de resistir a grandes esforços de compressão, tração e flexão.
Porém, com o tempo o material se desgasta e passa a apresentar alguns problemas, dentre eles a fissuração. Nesse caso, é imprescindível que um profissional saiba diagnosticar o tipo de patologia para então buscar soluções ideais.
Conheça os tipos de fissuração no concreto
São três tipos principais de falhas estruturas que um concreto armado pode sofrer: fissuras, trincas e rachaduras.
De modo geral, elas são a mesma coisa, ou seja, aberturas alongadas que se estendem pela parede ou em partes estruturais da construção. O que vai diferenciar uma da outra são o tamanho e o tempo de vida dessa abertura.
A fissuração no concreto é o primeiro estágio de uma falha estrutural. As aberturas geralmente são mais finas, de até 1 milímetro, e alongadas. Já as trincas são uma sequência das fissuras e ocorrem quando essa abertura aumenta de 1 para 3 milímetros. Esse tipo de abertura chega a dividir a estrutura.
Por fim as rachaduras são identificadas por aberturas acima de 3 milímetros permitindo, inclusive, a passagem de vento e água da chuva, por exemplo.
A fissuração no concreto também é classificada como ativa ou passiva. A ativa é caracterizada pela variação nas aberturas de acordo com as mudanças das tensões aplicadas. Desta forma, ela pode ser uma fissura ativa progressiva, ou seja, que tem uma tendência de aumentar o seu tamanho ou ativa estacionária – quando possui a tendência de permanecer do mesmo tamanho.
Já a fissuração no concreto passiva é aquela que é provocada por outros processos que não o excesso de esforços – geralmente não são tão preocupantes.
Independentemente do tipo de patologia, se não for tratada, essa abertura pode comprometer a estrutura da construção e consequentemente a segurança dos seus habitantes.
Entenda o que é concreto armado
Agora que já sabemos os tipos de fissuração no concreto, precisamos falar sobre o concreto armado. Essa estrutura utiliza armações feitas com barras de aço – essas ferragens são usadas devido à baixa resistência aos esforços de tração do concreto, que tem alta resistência à compressão.
Para uma estrutura de concreto armado é necessário o uso de aço em vigas e pilares, portanto o dimensionamento precisa ser calculado e seguir as normas vigentes.
Por ser, na maioria das vezes, produzido no próprio canteiro de obras, a resistência final do concreto pode ser afetada devido a erros durante os processos de mistura e cura.
Razões para o surgimento de fissuração no concreto
As fissuras ativas progressivas, por exemplo, têm origem em uma movimentação na fundação, por isso, devem ser tratadas com urgência para não comprometer boa parte da estrutura da edificação.
Como o concreto armado é feito com vigas, o excesso desse material pode prejudicar a obra. Dependendo da carga aplicada, podem aparecer fissuras ativas progressivas ou estacionárias. Esse excesso de carga pode ser um erro de projeto ou exceção, como também uma mudança no uso da edificação em relação ao objetivo inicial.
A movimentação térmica também é uma das razões para uma fissuração no concreto passiva. Geralmente ela aparece por conta do processo de calor de hidratação que promove a retração do concreto. Como já falamos, ela não é tão comprometedora quanto as fissuras ativas e pode ser tratada com aditivos ou alguma massa aplicada após o surgimento da falha estrutural.
A expansão do aço no concreto pode causar o desplacamento. Isso acontece graças à entrada de umidade por via de fissuração no concreto, contribuindo para o enferrujamento do aço e provocando o descolamento da parte superficial do concreto.
Colocar um fim na fissuração é um desafio para a indústria da construção civil. Seja por fins estéticos, estrutura ou conforto dos usuários, é importante dar atenção para essas falhas estruturais para evitar presença de isentos, fungos e até possíveis colapsos.
Bioconcreto está revolucionando o mercado da construção civil
Há no mercado alguns produtos que prometem lidar com as falhas estruturais antes mesmo de elas aparecerem, como é o caso do bioconcreto. O material tem ganhado os holofotes, por ser tão resistente quanto o concreto e ter a capacidade de se regenerar sozinho.
Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, o bioconcreto é uma combinação do concreto comum e de colônias da bactéria Bacillus pseudofirmus – que são resistentes e capazes de sobreviver em condições difíceis, sem oxigênio.
Em contato com o material, os microrganismos são ativados por detectar a presença de umidade no ambiente – exatamente o que acontece quando as rachaduras aparecem, já que deixam a estrutura interna exposta, portanto, a bactéria contribui para um tempo de vida maior nas construções, uma vez que vive em estado latente até ser estimulada a iniciar o trabalho de regeneração da estrutura.
Essa regeneração acontece porque o microrganismo consome o lactato de cálcio utilizado na mistura do concreto e libera calcário na digestão, que ocupa o espaço aberto no concreto.
Dicas para prevenir fissuração no concreto
Cabe ao engenheiro a previsão das possíveis manifestações patológicas de uma edificação ainda na fase de projeto e tomar medidas que aumentem a qualidade do resultado final e, claro, a durabilidade da estrutura.
A seguir alguns cuidados gerais para não ter problemas de fissuração no concreto:
- Tenha um projeto bem dimensionado
- Ensaiar a fissuração no concreto para fazer ajustes na fase do projeto ou na preparação do traço
- Executar corretamente o composto
- Fazer a cura adequada
- Considerar a situação climática da obra
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