O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) avançou 0,72% em janeiro de 2022, o que significa 0,20 ponto percentual sobre o resultado de dezembro de 2021, quando cresceu 0,52%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado de janeiro foi o menor índice desde agosto de 2021. No acumulado dos 12 meses, a taxa alcançou 17,17%, ficando abaixo dos 18,65% registrados no período imediatamente anterior.
O gerente do Sinapi, Augusto Oliveira, falou para reportagem da UOL sobre esses resultados, reiterando que janeiro foi o terceiro mês consecutivo que os materiais estão com menor pressão na variação mensal – muito provavelmente por menor pressão no aumento de preços nesse início de ano.
O que é o Sinapi?
Conforme o IBGE, a finalidade do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, elaborado pelo IBGE e pela Caixa Econômica Federal, é a produção de séries mensais de custos e índices para o setor habitacional.
O Sinapi também realiza séries mensais de salários médios de mã-de-obra e preços médios de materiais, máquinas, equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação.
O intuito é auxiliar as empresas do setor a programarem investimentos, elaborarem, analisarem e avaliarem orçamentos, bem como atualizarem os valores de despesas nos contratos e orçamentos.
Algumas considerações
Mão de obra: para a mão-de-obra, uma das motivações que pode pesar nos custos é o aumento do salário mínimo nacional, bem como os acordos coletivos em algumas regiões do Brasil.
Construção por metro quadrado: outros dados são referentes ao custo nacional da construção por metro quadrado, que em 2021 fechou em R$ 1.514,52. Os números chegaram a R$ 1.525,48 em janeiro. Desse valor total, materiais correspondem a R$ 915,79 e a mão de obra a R$ 609,69.
Preço dos materiais: a variação na parcela dos materiais em janeiro de 2022 apresentou índice de 0,63%, o que representa uma queda de 0,13% na comparação com dezembro de 2021, que foi de 0,76%. Ao comparar com janeiro de 2021, o índice aumentou 2,96%. Apesar disso, é possível constatar que a inflação dos materiais está desacelerando – com casos de deflação em produtos do segmento do aço.
Regiões: Em todos os estados os materiais apresentaram alta na parcela. Destaque para a região Norte, com aumento de 1,24%. Nordeste apresentou +1,05%; Sudeste, +0,48%; Sul, +0,32% e Centro-Oeste + 0,79%. Já ao considerar custo por m², Norte apresenta R$ 1.525,10, Nordeste R$ 1.433,20, Sudeste R$ 1.579,80, Sul R$ 1.599,93 e Centro-oeste R$ 1.515,22.
Índice Nacional de Custos da Construção
Outro índice muito importante para o setor da construção civil é o índice INCC, ou Índice Nacional de Custos da Construção. Trata-se do índice oficial que determina a variação dos custos envolvidos na construção de um imóvel no Brasil.
Quem determina esses números é o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), unidade pertencente à Fundação Getúlio Vargas (FGV), que monitora esse indicador mensalmente.
Funciona como uma espécie de “termômetro” da atividade econômica, avaliando os setores de serviços, equipamentos, materiais e mão de obra.
Junto com o Índice Nacional da Construção Civil, elencado nos parágrafos anteriores, esse outro índice também auxilia as empresas na tomada de estratégias ao averiguar o momento econômico do setor.
A medição do INCC é feita com base nos dados de sete capitais brasileiras: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Recife, Salvador e Porto Alegre.
Tabela índice INCC nos últimos 12 meses
Mês | Variação no mês | Variação em 12 meses |
Fevereiro/2021 | 1,07% | 10,2% |
Março/2021 | 2,00% | 12% |
Abril/2021 | 0,95% | 12,8% |
Maio/2021 | 1,80% | 14,6% |
Junho/2021 | 2,30% | 16,9% |
Julho/2021 | 1,24% | 17,4% |
Agosto/2021 | 0,56% | 17,1% |
Setembro/2021 | 0,56% | 16,37% |
Outubro/2021 | 0,80% | 15,35% |
Novembro/2021 | 0,71% | 14,69% |
Dezembro/2021 | 0,30% | 14,03% |
Janeiro/2022 | 0,64% | 13,70% |
Contexto do índice INCC nos últimos 12 meses e perspectivas
Podemos dizer que 2021 foi marcado por uma inflação recorde no INCC. Os dois principais motivadores foram:
– Desequilíbrio entre oferta e demanda, por conta da paralisação de uma quantidade considerável de fábricas diante da pandemia. Ao mesmo tempo, a demanda aumentou, uma vez que as pessoas passaram a investir mais em reformas e imóveis. Isso tudo impactou de forma significa nos preços.
– Outro ponto é a desvalorização do Real perante o Dólar, já que vários insumos da cadeia da construção civil são cotados em acordo com o Dólar. Com a desvalorização da nossa moeda, todo o setor sentiu os impactos no preço de diversos materiais, como por exemplo metais e plásticos.
E para 2022? A expectativa é que a inflação dê uma desacelerada, com os índices retornando aos valores pré-pandemia. Esse movimento já começou a ser visualizado no segundo semestre de 2021, como é possível ver na tabela acima. De uma forma geral, o mercado está otimista com a desaceleração dos índices observados no ano de 2021.
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